Se você perguntar para 90% do mercado de casamento como eles começaram em suas carreiras, a resposta será sempre a mesma: “comecei fazendo como hobby ou para amigos e família, me apaixonei, larguei tudo pra viver deste ofício e hoje estou aqui.” E o percentual alto pode ter um pouco do meu exagero aquariano mas se não for esse, está bem perto. Os outros 5% estavam muito ocupados ajeitando o véu da noiva pra foto e não puderam responder, 3% estavam fofocando sobre o último evento e os 2% restantes não entenderam a pergunta.
Pois bem, mesmo contrariada (porque em geral, remo contra a corrente, desafio o status quo e questiono a tradição), tenho que confessar que me encontro nesses 90% e estou com a maioria. Acompanho o voto do relator. Comecei celebrando para amigos ou pra dar de presente pra pessoas queridas. Até que, três faculdades, duas pós graduações e vinte anos de mercado corporativo nas costas (e essa expressão não poderia estar mais acurada porque o peso era de algo que você carrega nas costas como uma mochila feita pra alguém com o dobro do seu tamanho), resolvi arriscar e apostar no danado do sexto sentido. Virei celebrante e resolvi celebrar o AMOR das pessoas!
E 100% das histórias de sucesso começam com “até que um dia resolvi apostar no meu extinto”. É isso mesmo, um belo dia resolvi mudar e fazer tudo que eu queria fazer. Tal e qual a minha Buda de cabeceira: Rita Lee. E antes que alguém conteste o percentual, esse esta 110% correto. Pesquisem no google, leiam no Wikipedia ou chequem com o Ibope (ops, esse tem uma margem de erro duvidosa, melhor não).
Mas mudar exige coragem, se reinventar exige resiliência, ignorar os tantos Juizes do Supremo Tribunal da Sua Vida exige calma e sabedoria (e no meu caso, uma dose de sarcasmo), bloquear a torcida do contra que está sempre de plantão esperando uma vacilada e um passo fora do trilho pra te apontar o dedo na cara, exige paciência. Contrariar a lógica familiar, a ordem natural das coisas, a tradicional (e muitas vezes, dispensável) opinião alheia, as convenções da sociedade e aquela velha opinião formada sobre tudo (o Buda da minha outra cabeceira: Raul Seixas) nem sempre é fácil e indolor.
Mas se você parar o trânsito da alma no meio da Lagoa-Barra no horário do rush, levantar lá do fundo do salão e convidar o coração pra dançar, frear o hábito e ouvir o extinto, contestar o cotidiano e dar vazão ao sexto sentido, silenciar o costume e ouvir aquela voz mais latente e primitiva dentro de si, nesse dia você vai cavar o chão de casa e encontrar petróleo da mais alta qualidade.
Sabe o famoso Grilo Falante do Pinóquio? Pois ele não ouviu e olha a confusão que deu. Foi preciso a Fada Azul aparecer pra resolver a parada e garantir um final feliz. Mas a nossa vida não é uma fábula que alguém escreveu pra nos confortar. É realidade em estado bruto e realizar-se é assunto de toda urgência, porque o tempo é curto e a Sapucaí acaba quando você estava começando a decorar a coreografia da sua ala.
Então abra bem o ouvido da alma e escute o Grilo que sopra o gabarito da prova de vez em quando dentro da sua cabeça. Porque encontrar-se e assumir seu caminho pro mundo também exige coragem e ser feliz é o maior ato de rebeldia e amor que você pode ter......por você.
Então puxa a cadeira e vem me contar da sua história de amor! Pra noivos, meu relógio pára e eu faço ele girar além das 24h. Quando a gente ama tanto o que faz, o tempo ganha asa e voa livre e feliz desafiando os ponteiros universais. Porque celebrar o amor do mundo tornou-se meu cais.
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O Atelier do Sim é foi criado pela jornalista, publicitária e escritora Maria Paula Zommer como um espaço de dedicação e entrega completa ao melhor ofício de todos: celebrar o amor das pessoas. Com um talento único para contar histórias de amor de forma leve, divertida e emocionante, a celebrante Maria Paula traduz sentimentos em palavras de maneira autêntica e intimista e transforma a cerimônia, muitas vezes conhecida como a parte mais maçante do casamento, no ponto alto da celebração.
Maria Paula tem um estilo particular e a vocação de transformar o dia mais importante da sua vida num momento inesquecível e na melhor memória afetiva de forma original e cheia de criatividade e afeto. Cada cerimônia conta uma história linda, engraçada, curiosa, poética, mas sempre diferente. Afinal, ela reflete de forma absolutamente personalizada a jornada, história, sentimento e personalidade do casal e do seu universo particular. Porque no final das contas, o que importa é viver de dizer SIM para o amor.